O tempo tem sido escasso e prioridades tem tomado o meu tempo... revisando essas prioridades estou voltando aos velhos hábitos que me deixam feliz e me satisfazem! Um desses velhos hábitos é esse blog, uma das minhas paixões que por forças maiores deixei de lado nesse primeiro semestre...
Pra marcar esse retorno compartilho com vocês esse poema de Pablo Neruda que me fez repensar bastante coisa... espero que faça o mesmo a você!
Morre lentamente
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve
música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destroi o seu amor próprio, quem não
se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, não se arrisca
a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televião o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro
sobre o branco em detrimento de um redemoinho de emoções. Justamente as que
resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e
sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz
com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um
sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos
sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má
sorte ou da chuva que cai incessante.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de
iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando
lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que
estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Pablo Neruda