quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Não dá para irmos indefinidamente bem em um país que vai mal

TEDxSP 2009 - Fábio Barbosa

Alguns excertos do texto falado:
(…)
O que você faz no dia a dia está agregando valor?
Você está fazendo algo que de fato está de alguma maneira construindo para termos um país melhor?
(…)
Importa, sim, como você constrói o seu resultado. Você agregará valor.
(…)
(Um bom exemplo foi) uma empresa de pesca de camarão predatória.
“A gente deve trabalhar com isso ou não?” Eu não entendo nada disso, mas imagino que ao se fazer alguma coisa predatória, com o passar do tempo, não poderá mais fazê-lo.
Então, como é que eu vou emprestar dinheiro para essa empresa?
“Vamos colocar a empresa para fora?” Não. E se fôssemos lá conversar?
E fomos lá conversar. E no fim financiamos um oceanógrafo. Eu não entendo nada desse assunto, mas ele entendia para ver como é que você poderia fazer uma coisa diferente e que fosse sustentável, no sentido de que ela pudesse continuar aquela pesca por um período muito grande.
E conseguiu fazer isso. E todos saíram ganhando.
A empresa, porque vai ter uma perspectiva de negócio muito melhor, o banco, porque fez uma operação com a empresa, e quem gosta de camarão porque vai poder comer camarão por mais tempo, porque foi mudada totalmente a maneira de se trabalhar.
(…)
Tudo o que você faz deve ser visto como parte da construção de uma visão maior, de uma imagem, de um trabalho, de um impacto que você causa.
(…)
Desculpem-me aqui… um “CDF” nada mais é do que trazer para baixo quem tá lá em cima. Para ver se deixa todo mundo medíocre e “vamo-que-vamo”.
(…)
Tem um filósofo americano, Ralph Emerson, que fala:
“Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz.”
(..)
Está nas nossas mãos.
O país precisa sim de reforma de: previdência, trabalhista, fiscal, tributária…
Mas a mais importante é a reforma de valores. E reforma de valores não é o governo que faz.
Somos nós no dia a dia, na nossa atitude diante de um problema, diante de uma dificuldade, diante de uma multa de trânsito, diante de uma multa de um fiscal.
Como é que você reage aquilo? O que você faz? O que você dá como exemplo?
(…)
Mas eu acho que essa ideia de que a sociedade em que nós vivemos não é indissociável de nós.
Ela é sim a somatória do que cada um de nós fazemos no dia a dia. Sociedade não existe: ela é simplesmente a somatória do que eu faço, do que ela faz, do que ele faz…
Cada um faz uma coisa, e a somatória disso dá a sociedade que somos no Brasil.
(…)
A gente continua votando, continua pagando imposto. Mas como se fosse uma coisa distinta, nos colocamos confortavelmente na posição de “fica aqui” com uma série de pequenos delitos, e criticando os que estão lá como se fossem coisas dissociadas.
(…)
… frase de Ghandi…
Nós temos que ser a mudança que queremos ver no mundo.

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