sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como adaptar a gestão para a Geração Y?

Aproveitar ao máximo as qualidades desses jovens e trabalhar a favor da coexistência das diferentes gerações é o melhor caminho, afirma sócia-diretora da NextView People

Você já experimentou fazer uma pesquisa no Google sobre a Geração Y? Sou usuária assídua desta ferramenta e também extremamente curiosa sobre como as pessoas enxergam os jovens, portanto já fiz esta pesquisa algumas vezes, para não dizer muitas, e confesso que a cada dia fico mais impressionada com a quantidade e variedade de artigos sobre o tema.

O termo Geração Y apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos no início dos anos 90. Desde então, o assunto tem sido discutido no mundo empresarial e, por consequência, nos diferentes meios de comunicação. Grande parte do conteúdo já publicado tem como objetivo caracterizar os jovens pertencentes a esta geração, abordando seus interesses, valores, desejos e o que devemos esperar deles enquanto profissionais. Este também era o objetivo da maioria das empresas que entravam em
contato conosco há alguns anos. Queriam que conversássemos com seus gestores e líderes sobre os jovens da Geração Y, para ajudá-los a entender sobre seus hábitos e valores tão peculiares.

Com o tempo – e com a ajuda de diferentes mídias e do Google –, as empresas passaram a conhecer o termo Geração Y e as principais características dos jovens pertencentes a ela, mas por algum motivo haviam construído uma imagem pessimista sobre eles enquanto profissionais. No inicio, fiquei intrigada. Não que estes jovens sejam
perfeitos (afinal ninguém é, certo?), mas também não eram o anúncio do fim dos tempos. O que fazia com que fossem vistos apenas pelo viés de seus gaps?

A resposta era mais simples do que imaginava: quando temos uma situação nova (quem são os jovens da Geração Y?) tentamos aproximá-la de situações já conhecidas, sejam iguais ou semelhantes (o que sabemos dos profissionais das outras gerações?) para identificar as melhores ferramentas para lidar com ela. Na prática, comparamos os jovens da Geração Y com as gerações anteriores e descobrimos tudo o que eles não
eram: não eram comprometidos como eram os Veteranos, não eram engajados como os Baby Boomers, não eram flexíveis como a Geração X.

Realmente não eram (e não são) iguais, mas isto não é necessariamente um problema! Nosso recente trabalho dentro das empresas tem sido orientá-las a entenderem estes jovens a partir do que eles são: inteligentes, multimídias, prezam a transparência, acreditam nas ferramentas colaborativas, compartilham ideias e informações, entendem
que o bom produto é aquele que possibilita uma boa experiência, desejam crescer rapidamente, querem dar resultados, querem aprender, gostam de feedback mas não sabem como usá-lo, aceitam desafios e não têm medo de ousar.

Estamos ajudando gestores e líderes a entenderem como podem aproveitar ao máximo cada uma dessas características a favor da empresa e dos negócios, como potencializar aquilo que precisam e como desenvolver aquilo que ainda não está pronto ou adequado para a realidade de mercado. Por meio de encontros, palestras e workshops, estimulamos a reflexão dos gestores sobre o tema; ao apresentarmos o modus operandi
da Geração Y, o líder começa a desenhar novas estratégias para incluir este jovem nos processos de decisão e inovação da empresa, assim como em qualquer outro processo onde o empenho, o foco em resultados e a aprendizagem sejam importantes. Os resultados costumam ser muito positivos!

Tem sido muito interessante acompanhar essas novas movimentações. Grande parte das empresas estão realmente empenhadas em difundir entre seus líderes e gestores este olhar diferente para a Geração Y. Temos exemplos de organizações que estão revendo seus valores, culturas e processos para incorporar alguns hábitos e crenças desta nova geração; revendo seu processo de recrutamento e seleção, de desenvolvimento, de
preparação para a liderança e sucessão a fim de realmente atrair e reter esses jovens.

Essas mudanças estão em curso, o que significa que ainda não é possível observar todos os resultados. Mas ao acompanhar diferentes empresas, dos mais diversos segmentos e portes, podemos dizer que as empresas estão trabalhando a favor da coexistência das diferentes gerações em um mesmo ambiente de trabalho, algo que, se soubermos aproveitar, será de grande valia para os negócios e para o desenvolvimento profissional.

Danilca Galdini (Graduada em Psicologia pela PUC –SP. Atualmente é sócia-diretora da NextView People, empresa especializada em realizar estudos e pesquisas com o objetivo de identificar tendências para o segmento de Recursos Humanos)
Fonte: HSM Online

Um comentário:

Dilma Lima disse...

A geração Y brasileira ainda não chegou ao mercado de trabalho. Eles, se formos muito otimistas, estão com 15 anos, se forem das classes A e B e 10 anos se forem da classe C. O que caracteriza a geração Y é a imersão tecnológica. É a habilidade para lidar com softwares inúmeros tipos diferentes de software. Como os primeiros computadores só chegaram no Brasil em meados dos anos anos 90 a preços elevados, não é possível compará-los aos jovens americanos que nasceram nos anos 80, quando os computadores pessoais começavam a entrar nos lares e nas escolas americanas. A Geração Y é muito diferente de tudo que já vimos, farão a revolução no planeta. E vai ser uma grande revolução, porque mesmo na Europa e na Ásia os computadores e internet chegaram após meados dos anos 90.