sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O terror do slide em branco

O primeiro erro a gente nunca esquece:
Meu chefe havia pedido para fazer um levantamento de logomarcas para inspirar a Criação no desenvolvimento de um ícone.
De cara, pensei: “Vai ser moleza!”
Depois de um tempo, apresentei meu trabalho confiante, mas, ele fez cara de quem não gostou e jogou minha confiança lá embaixo.
O erro que cometi foi o mesmo de muitos iniciantes: copiar e colar da internet o que não é, digamos, uma tarefa própria do planejador.
Coletar informações é apenas o primeiro passo de um trabalho bem feito. O dado da internet (ou de qualquer outro lugar) é apenas uma matéria-prima para se transformar em uma história.
E criar essas histórias não é fácil: selecionar e sintetizar montes de informações; construir uma linha própria de raciocínio (que faça sentido); apresentá-la de forma agradável e envolvente.
Mas, sem dúvida, o difícil mesmo é começar.
Você pesquisou gigas de informação e tem tudo na cabeça. Se alguém pedir para contar o que viu, provavelmente você daria uma aula. Mas quando é para colocar no papel a agonia aparece, a mão sua e de repente dá uma vontade absurda de tomar um café ou fazer qualquer outra coisa que não seja olhar para a tela do computador.
É o mal do slide em branco.
Sinceramente nunca sei por onde começo e se demoro um pouquinho, o slide de 1024 x 768 cresce e se torna uma folha A3 (analogia horrível, mas não consegui me conter!).
Porém, com o tempo, fui sacando algumas estratégias para diminuir esse sofrimento.
Funciona comigo, mas pode variar de pessoa para pessoa.
Depois de pesquisar tudo, deixo o computador de lado e no caderno escrevo o que aprendi. Sem compromissos, sem critérios. É o meu momento Chico Xávier.
Depois releio o que escrevi e no meio vários de golpes de gráfite encontro as ideias-chave para o raciocínio. Eu as separo e ainda no papel tento montá-las de forma que fique fácil de visualizar e entender o raciocínio.
Só aí que entra o slide em branco (neste momento, ele está bem menor).
Às vezes, pela pressa ou pela imaturidade, queremos ir direto para o slide e com isso pulamos etapas importantíssimas. Quando a agonia e o desespero batem é sinal de que algumas dessas etapas foram deixadas pra trás.
Portanto, pesquisar é apenas a semente de todo um processo que só desabrocha com o cérebro. Por isso, coloquem a cabeça no modo On e tenham um bom dia.
Danilo Lima
Assistente de Planejamento da Santa Clara Nitro